Saúde e União: Como o Krav Magá Reforçou a Relação entre Pai e Filho
- Cintia Neves de Azambuja
- 22 de jul. de 2024
- 3 min de leitura
Atualizado: 26 de jul. de 2024

Eduardo, Laura e Diogo depois da aula experimental de Krav Magá da Laura
Diogo tinha 9 anos e Laura 3. Apesar de trabalhar em dois lugares, eu ficava mais tempo com as crianças. Nessa época, meu marido Eduardo conversou comigo sobre a vontade que tinha de passar mais tempo com o Diogo, já que ele trabalhava o dia todo. Por isso, queria fazer alguma atividade física com o filho. A princípio, ele pensou no judô, que ele mesmo praticou na infância.
Eu achei a ideia de eles terem um tempo sozinhos maravilhosa. Foi aí que me lembrei de uma reportagem que fiz sobre Krav Magá, que era relativamente novo no Brasil, e sugeri que ele se informasse sobre isso.
Krav Magá é uma defesa pessoal israelense que consiste em combate corporal com o objetivo de defesa e integridade, além de trabalhar disciplina, autoconfiança e aliviar o stress (ótimo para crianças hiperativas), dentre outros benefícios. Eduardo foi conhecer de perto e gostou. Os dois se matricularam e, por anos, fizeram a atividade juntos.
Essa experiência foi gratificante, porque estreitou os laços entre os dois. Diogo observava o pai mais de perto, vendo-o como uma referência positiva e aprendendo com ele. Era a atividade dos meninos da família, e Diogo adorava passar mais tempo com ele. Eduardo, por sua vez, se sentiu mais participativo na família. Sobre os benefícios para a saúde, nem se fala! A atividade física promove o crescimento ósseo, saúde cardiovascular e mental, além de suas consequências, como socialização, hábito saudável e até desempenho escolar.
E vale repetir: estimular atividade física regular na infância e na adolescência, como artes marciais, defesa pessoal ou esportes coletivos, é garantir autoconfiança, desenvolver liderança, espírito de grupo, valores e tolerância. E enquanto pratica uma atividade física, os celulares ficam longe – uma vantagem para os pais que reclamam da superexposição dos filhos a telas.
Diogo e Eduardo foram avançando de faixa, participando de atividades e aulas extras, e ficando cada vez mais unidos, num afeto lindo de ver. Alguns anos depois, um pouco antes de completar 9 anos, Laura começou a fazer Krav Magá também. Ela não fazia no mesmo horário que eles dois, mas os benefícios da atividade eram visíveis nela e no irmão. Além disso, foi uma forma de os dois aprenderem a se defender de agressões. Eu me senti mais segura ao saber que minha filha estava sendo treinada para ficar atenta a tudo o que está acontecendo ao redor dela e agir. Então, fica a dica para quem não conhece Krav Magá.
É importante lembrar que a Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda que, a partir de 2 anos, as crianças devem fazer atividades físicas. Na verdade, elas começam antes disso, já que passam a se esforçar para levantar a cabeça, movimentam-se mais intensamente, viram o corpo, começam a engatinhar e, finalmente, a andar. Tudo isso é atividade física. A seguir, o tempo e o tipo de atividade sugerida pela OMS:
Entre 2 e 5 anos: 2 horas de atividades diárias, como esticar-se para pegar objetos, engatinhar, empurrar, puxar, andar; brincadeiras no parquinho, andar de bicicleta, jogar bola, nadar.
Entre 5 e 17 anos: 1 hora de atividade com intensidade moderada por dia ou mais intensa por pelo menos 3 vezes por semana, como corrida, brincadeiras típicas de criança, dança, ciclismo, modalidades esportivas.
Entre 18 e 64 anos: no mínimo 2 horas diárias de alguma atividade aeróbica e de musculação. Ou pelo menos 2 dias de atividade intensa. Vai depender de vários fatores, que devem ser avaliados por especialistas.
O importante é tentar unir a atividade física ao desejo de ficar mais tempo com os filhos. Uma receita que deu muito certo para nós. Se você experimentar ou já tem essa experiência, conte como foi.
Referências
Recomendações da OMS para atividade física e comportamento sedentário. 9786500150216-por.pdf (who.int)
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