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Qual Profissão Escolher: A Dura Missão de Decidir o que Fazer para o Resto da Vida

  • Foto do escritor: Cintia Neves de Azambuja
    Cintia Neves de Azambuja
  • 13 de ago. de 2024
  • 5 min de leitura

O que você quer ser quando crescer? Essa é uma pergunta que começamos a ouvir desde muito cedo. Eu me lembro de dizer que queria ser professora. Aos 16 anos, decidi fazer jornalismo porque gostava muito de escrever. Acabei exercendo as duas profissões na ordem invertida e sou feliz com minha escolha. Com meus filhos, no entanto, não foi tão fácil.


No passado, as profissões eram bem definidas. Os jovens diziam que queriam ser médicos, advogados, professores, jornalistas, engenheiros, veterinários... todas profissões conhecidas. Hoje, além dessas e outras tradicionais, há uma infinidade de novas profissões sobre as quais nem sempre sabemos como estudar para exercer.


Para ilustrar a complexidade dessa escolha, compartilho um caso de um adolescente que sabia que queria trabalhar com videogame, mas estava perdido sobre a área específica. Após uma análise das atividades desejadas, descobrimos que ele se referia à profissão de Community Manager, responsável por criar, gerenciar e nutrir o relacionamento entre os desenvolvedores de jogos e a comunidade de jogadores. Você já ouviu falar nisso? Agora, ele já sabe o que quer e terá uma longa jornada para realizar seu sonho, já que não há cursos específicos para isso no Brasil. Contudo, ele poderá seguir outros caminhos até alcançar seu objetivo.


Uma lista publicada na Forbes mostrou 24 profissões do futuro que já estão dominando o mercado atualmente. Entre elas estão Especialista em Machine Learning, Engenheiro de Inteligência Artificial, Life Sciences e Especialista em IoT. Diante de uma realidade tão diversa, talvez o futuro do seu filho não se encaixe nas profissões tradicionais. Existem funções no Vale do Silício que ainda nem têm um nome específico.


Na minha casa, meu filho sabia desde os 12 anos o que queria fazer, mesmo não conhecendo o nome exato da profissão, pois se tratava de algo muito específico na área de tecnologia. Ele queria trabalhar com videogames, mas não sabia exatamente o que. Com esforço, dedicação e o apoio da família, ele hoje trabalha como 3D Artist em uma grande empresa de videogame no Canadá. Ele desenha os cenários dos jogos e realizou o sonho de infância.


Não pense que foi fácil. Meu marido e eu tivemos que acreditar no potencial dele e investir nesse sonho, mesmo sem certeza de sucesso, já que o mercado de videogames era desconhecido para nós. Procurei entender o mercado e em que áreas ele poderia trabalhar se não conseguisse entrar no setor desejado. Acreditei que valeria a pena investir em seu sonho.


Já com minha filha Laura, o curso que ela faria era um mistério. Eu achava que seria algo na área de moda, dado seu interesse, mas ela mesma não sabia o que queria até decidir por Publicidade e Propaganda. Ela está cursando e feliz com a escolha, embora ainda esteja na fase de decidir em que área se aprofundar. Cabe a mim orientá-la sobre os pontos a considerar, mas a escolha é dela.


Efeito Pingue-Pongue

Mas essa não é a realidade de todos os jovens. Alguns ficam tão perdidos que trocam de curso universitário sem se identificar com nenhum deles, o que causa estresse para eles e para a família. Se você está passando por isso, não se desespere e não encare o curso universitário como a única opção.


No Brasil, parece haver uma certa obrigação cultural em fazer uma faculdade. A ideia de que a faculdade é para todos não corresponde à realidade. Precisamos de profissionais técnicos, muitas vezes mais bem remunerados do que muitos com nível superior.


No Canadá, por exemplo, há uma vasta oferta de cursos superiores com duração de 1 a 3 anos, os chamados Colleges, oferecidos pelo governo e pela rede privada com base na demanda do mercado. Se o número de profissionais em uma determinada área já é suficiente, as instituições públicas podem suspender temporariamente aquele curso para priorizar áreas carentes de mão de obra. Muitos jovens que desejam entrar rapidamente no mercado de trabalho optam por cursos de curta duração. Lá, o mercado valoriza as habilidades mais do que um diploma universitário.


Faculdades mais Curtas

No Brasil, existem cursos semelhantes aos do College. Para quem deseja ou precisa entrar rapidamente no mercado de trabalho, uma Faculdade Tecnológica pode ser uma boa opção, pois dura menos tempo do que uma faculdade tradicional.


O MEC publicou um novo Catálogo de Cursos Superiores de Tecnologia, que vale a pena conferir com seu filho. Produção Cultural e Design, Produção Alimentícia, Ambiente e Saúde, Turismo, Hospitalidade e Lazer são algumas opções. Você pode acessar o catálogo AQUI. Também há uma lista de cursos com boa empregabilidade, refletindo a demanda do mercado, como Sistemas para Internet, Tecnologia em Fabricação Mecânica, Tecnologia em Mecatrônica, Tecnologia em Design Gráfico, Petróleo e Gás e Tecnologia em Jogos Digitais. Os salários nessas áreas são, em média, R$ 5 mil, podendo ultrapassar R$ 8 mil. Vale a pena explorar essas opções.


Ensino Médio Técnico e Cursos Técnicos

Os cursos técnicos foram muito requisitados no Brasil durante um período. O adolescente escolhia um curso e já poderia começar a exercer a profissão como estagiário ou menor aprendiz. Com o tempo, esses cursos receberam menos incentivo e foram deixados de lado, com o governo priorizando a entrada dos jovens na faculdade. Contudo, eles ainda existem e oferecem uma variedade de opções, que você pode conferir AQUI.


Meu Ensino Médio foi Técnico em Contabilidade. Aos 16 anos, já trabalhava no setor administrativo de uma empresa. Isso demonstra que é possível para um jovem começar a trabalhar cedo e até ajudar financeiramente a família, algo que o Ensino Médio tradicional não favorece. Daí a alta taxa de evasão escolar. O curso de Contabilidade foi decidido pela minha mãe, o que mostra que nem sempre os pais acertam na escolha. Não segui a profissão, mas certamente outros colegas de sala avançaram e foram felizes.


Mesmo sendo menos comuns, o Ensino Médio Técnico é uma opção. Além dele, outros cursos podem levar o jovem ao mercado de trabalho sem um curso superior. O Senac, por exemplo, oferece uma variedade de cursos livres em áreas como Beleza e Estética, Comunicação e Marketing, Educação, Meio Ambiente, Saúde e Tecnologia da Informação. Quem sabe seu filho encontre uma profissão que queira seguir ou empreender na área. Há vários casos de sucesso que começaram assim.


Projetando o Futuro

Quando meus filhos começaram a pensar sobre a profissão que gostariam de exercer, eu pedi para que considerassem alguns pontos:

  1. O que gostariam de fazer para o resto da vida que os deixaria felizes.

  2. O quão promissora seria essa profissão. Assim, poderiam descartar opções que não proporcionariam a vida desejada para evitar futuras frustrações. É importante saber que é necessário ganhar dinheiro para se sustentar, então esse é um fator a ser considerado.

  3. Se eles se veem trabalhando em uma empresa ou com seu próprio negócio.

Com essas informações, poderiam partir para a pesquisa e, então, decidir.

O importante é não desistir do seu filho. Não desista dele nem diga isso a ele. Tenha paciência e pesquise tanto quanto ele. Pais devem se unir e pensar da mesma forma para trilhar um único caminho. Unam-se para vencer essa luta. Há muitas novidades no mercado e outras tantas surgirão nos próximos 5 anos. Faça um esforço e descubra, junto com seu filho, o melhor caminho a seguir. Caso necessário, busque ajuda profissional. Um psicólogo pode identificar se algo está bloqueando-o e ajudá-lo nesse momento de escolha.


 

REFERÊNCIAS




 
 
 

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